Passamos toda uma vida sendo moldadas por padrões sociais:
Me disseram como devo me vestir, como devo me sentar, me mandaram rir mais baixo, falar menos palavrões, ser menos espontânea, mais controlada em minhas paixões, me ensinaram a ter medo de ser rechaçada, rejeitada... e eu acabei acreditando que para ser feliz preciso ser aceita, custe o que custar!
Parei de cantar achando que minha voz era feia, parei de dançar achando meus movimentos desconexos, parei de dizer o que penso por medo de ser desajustada, parei de arriscar por medo de errar...
Me mandaram crescer, "levar a vida a sério"... E pior, fazer o necessário para que os outros me levem a sério!
Aos poucos, me vi distante de minha essência... me vi sufocada por mim mesma em julgamentos severos, críticas infinitas e crenças massacrantes de que não sou boa o suficiente...
Quer saber?
Eu desisto!
Jogo fora estas máscaras de boa moça... ponderada, ajustada, delicada, inteligente... perfeita?!
Cavo um buraco fundo na Terra e as enterro, uma por uma, para Pachamama transforma-las em potência vida e coragem!
As outras máscaras jogo ao mar, para Iemanjá purificar e trazer autenticidade, me libertar do meu excesso de controle!
Caso sobre alguma outra, boto no fogo, pra queimar junto meu ego e minha necessidade de ser apreciada!
E ainda, se necessário, sopro qualquer resquício ao vento... Deixando ir tudo e todos que não me permitem ser quem sou!
Sobram as máscaras que eu quiser, as que eu decido construir com minhas próprias mãos, moldadas em cerâmica, pintadas em urucum, azul índigo ou algo assim...
Me liberto das minhas amarras, para dançar a vida e brincar com mais alegria.
Honro minha espontaneidade e meu sorriso, minhas palavras soltas, meu desajeito em ser eu mesma...
Dou risada no espelho ao encarar minhas falhas, não nego meus defeitos, me abro, me assumo, me mostro, me vejo.
E porque me aceito, aceito o outro.
E porque sou feliz comigo mesma, permito que o outro seja feliz...
E porque me cobro menos... Amo mais.. Amo mais... Amo e vivo, muito mais!
Simples como sou, de cara lavada, coração aberto, alguns tropeços, outros desajustes e um sorriso bobo estampado no rosto...
Texto e foto: Morena Cardoso - DanzaMedicina
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